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Este microbook é uma resenha crítica da obra: 30 anos do Real: crônicas no calor do momento
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-87518-44-2
Editora: História Real
Para Gustavo Franco, não há nada mais nacional do que uma moeda. Ela representa o país. É tão importante quanto a bandeira e o hino. Por isso, a reconstrução da moeda brasileira com o Real foi tão importante. Nenhum plano foi tão longevo e bem-sucedido desde o Cruzeiro de 1942.
Seu surgimento em 1994 é uma conquista histórica. Nenhum outro país teve tantas trocas de planos, desvalorizações, confiscos e hiperinflações. Nós passamos por um sofrimento inédito. O Real enfrentou objeções de vários setores da sociedade, mas os economistas não abandonaram o barco e, com isso, superaram todas as expectativas.
O Real cruzou várias presidências e todos os espectros políticos. Passou pelo pragmatismo do Lula, a sombra da Nova Matriz Econômica de Dilma e a polarização mais elevada do que já existia, com Bolsonaro. No entanto, o plano permaneceu de pé, provando que os economistas que trabalharam nele estavam corretos.
O Real foi a oitava moeda do Brasil, desde a sua independência. É fruto de uma inovadora reforma monetária, planejada para dar fim à hiperinflação. Os primeiros anos foram marcados pelo ceticismo. O Real virou a grande agenda nacional do país, absorvendo todas as outras.
A inflação caiu a menos de 10% ao ano em 1997, jogando a sombra da hiperinflação para longe. O presidente Fernando Henrique Cardoso, conhecido como FHC, foi eleito no primeiro turno em 1994 e reeleito da mesma forma em 1998. Nesse segundo mandato, o presidente consolidou o tripé macroeconômico: superávit primário, câmbio flutuante e regime de metas para inflação.
Foi quando as coisas se assentaram. Só que tudo poderia mudar nos anos seguintes. As eleições de 2002 marcariam a primeira vez em que o Real viveria longe de seus criadores. Por isso, a moeda precisou amadurecer de vez. Seus novos administradores também, para cuidar da criação do governo anterior.
O Plano Real foi um sucesso extraordinário nos primeiros meses de vida. No entanto, quando aconteceu a crise mexicana de 1994, o plano correu risco. A situação era similar à do Cruzado em 1986: um começo bem-sucedido, mas a ameaça de fracasso lá na frente. O governo do Cruzado cedeu à pressão.
Ele respondeu com o Cruzadinho e o Cruzado II. As duas foram tentativas de tapar o sol com a peneira. É como se o governo quebrasse o termômetro para não ver a febre alta. Com Fernando Henrique Cardoso, o país tomou um rumo diferente. Dessa vez, não abandonaria o plano.
Em vez disso, o presidente agiu sobre os problemas reais: a expansão do crédito e a apreciação do câmbio. Na época, o Brasil apostava no regime de “bandas cambiais” — o câmbio era atrelado e só flutuava dentro de uma “banda”, para segurar a inflação. Assim, optaram por seguir as reformas e não deram espaço para o inflacionismo do passado.
Em 1999, o país passou do câmbio atrelado ao flutuante. Isso significa que o valor da moeda passou a variar. As expectativas eram péssimas, o prenúncio de uma crise. No entanto, elas foram revertidas rapidamente. A razão era as mudanças estruturais pelas quais o país passou nos anos anteriores.
O país teve quatro anos de inflação controlada, em trajetória decrescente. As pessoas pararam de comprar em um dia pelo medo de ver o produto na prateleira mais caro no dia seguinte. Passamos também por uma reestruturação da economia, com mais produtividade e competição graças à abertura de mercado.
Combinar inflação baixa com competição por importações deixou a economia mais eficiente e resistente a crises. O Brasil elevou seu nível tecnológico nessa década. Descentralizar a produção na indústria e nos serviços, com o trabalho do Banco Central para cumprir as metas de inflação, aumentou a resiliência da economia.
O debate sobre as conquistas do plano Real ficou em alta durante a campanha eleitoral de 2002, quando Lula venceu. O plano, pela primeira vez, seria comandado pelos seus adversários históricos. O PT se opôs à sua criação e a “tudo o que está aí”. O mercado financeiro entrou em pânico diante da possibilidade.
O desafio da década passou a ser como o Real conviveria com o PT, seu adversário histórico. As pessoas do partido diziam que a moeda era um truque eleitoreiro. Para acalmar os ânimos, Lula se comprometeu com as premissas do bom senso na economia.
Essa foi uma demonstração de maturidade política, com uma transição exemplar e cortês, homenageando a alternância de poder. Lula optou por manter a integridade das políticas econômicas. Isso fez a democracia brasileira subir de patamar.
Durante o governo Lula, o Real se distanciou das primeiras dúvidas. Lula foi reeleito e venceu Geraldo Alckmin em 2006. Só que, dessa vez, quase não se falou em Real na disputa. A palavra da vez era “mensalão”. A crise de 2008 nos Estados Unidos trouxe um possível horizonte ruim para os brasileiros.
Lula surpreendeu ao dizer que o tsunami financeiro que estava inundando o mundo chegaria por aqui como uma simples “marolinha”. Ele também propôs ajuda ao governo dos Estados Unidos oferecendo a tecnologia do Proer, um programa de prevenção de crises criado no governo FHC e que o PT criticou quando surgiu.
A resposta à crise foi bem-sucedida. Lula fortaleceu a demanda interna apostando no “Programa de Aceleração de Crescimento (PAC)”. O país foi bem avaliado nas agências de classificação de risco. O problema é que o PAC trouxe à tona uma variante petista das bases do Plano Real: a Nova Matriz Econômica.
Já passamos da metade do microbook e os autores contam que, em 2010, Dilma Rousseff, a sucessora indicada por Lula, foi eleita presidente da república. Ela levou o país à transição para a “Nova Matriz Econômica”, um conjunto de políticas que trouxe uma alternativa às bases tradicionais do Plano Real. Era uma aposta arriscada, baseada no temperamento arrojado da presidente.
A aposta pode ter se inspirado no PAC, um projeto intervencionista, que usava o investimento estatal como base para o crescimento da economia. Só que a aposta foi um fracasso monumental. O país teve as quedas de PIB mais pronunciadas da história, de 3,55% em 2015 e 3,28% em 2016.
Os que criaram a Nova Matriz se esconderam. Ninguém quis assumir a responsabilidade. Apesar disso, Dilma foi reeleita em 2014, desbancando Aécio Neves no segundo turno. No entanto, sua popularidade decadente levou ao impeachment de 2016 e à posse de Michel Temer como presidente.
O impeachment de Dilma aconteceu pelo fracasso ao ataque prático às premissas do Real. Michel Temer optou por políticas mais convencionais e trouxe as reformas à pauta. Em 2018, as eleições transcorreram de forma normal, mas seu resultado foi surpreendente.
Jair Bolsonaro venceu Fernando Haddad e levou o Brasil ao tipo de neopopulismo de direita que ganhou força com a influência de Donald Trump. A economia não foi a pauta da vez. O novo presidente terceirizou o assunto a Paulo Guedes, que apoiou as reformas de forma retórica, mas atacou o que chamou de “passado social-democrata”.
A narrativa não batia com os fatos. No entanto, o Real seguiu de pé. Ele não foi ameaçado nem mesmo pela devastadora pandemia de Covid-19. O Banco Central e o fortalecimento institucional da moeda mantiveram sua resiliência. Apesar da crescente violência política do país, o Real seguiu tão estável quanto sempre.
O Real seguiu firme. As eleições de 2022, como as de 2018, não trouxeram a economia como um assunto dos mais importantes. A volta do presidente Lula deu início a 2023 com outros assuntos. O plano econômico mais confundiu do que explicou. O PT não parece ter aprendido nada.
O presidente Lula, quando perguntado sobre política econômica, fala para que reparem no seu comportamento passado. O ministro Fernando Haddad, de fato, lembra Antonio Palocci em alguns momentos, trazendo, em tese, uma preocupação com as bases do Plano Real. No entanto, o mesmo presidente também tem “impulsos dilmistas”.
É o caso das brigas com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula parece desconfortável com a autonomia da instituição. O fato de o BC ter o presidente da outra gestão, uma medida para protegê-lo de influência política, virou uma briga de bar.
Em 2024, o Real completou seus 30 anos como moeda nacional. É um marco histórico em um país que já foi recordista de inflação acumulada. Já chegamos aos surreais 2.400% ao ano de inflação. Também temos 35 anos de eleições diretas, ainda com as dores do aprendizado.
Ao vencer a hiperinflação, o Real permitiu que as pessoas vissem o país como ele de fato era, sem a névoa dos aumentos de preços. Agora, precisamos de uma visão que vá além das próximas três décadas. Vários países optaram por investir no crescimento econômico, usando a tecnologia como motor.
A Índia quer chegar ao status de alta renda em 2047, seguindo o exemplo da China e da Coreia do Sul e investindo em tecnologia e produtividade para isso. O fundamento é a educação de qualidade, o lugar em que tudo começa. É o caminho que devemos seguir também.
O Real pegou porque todo mundo entendeu o que era “valor real”. É o nosso poder de compra. Não há déficit de educação financeira aqui. Passamos 15 anos com inflação mensal média de 16% e trocamos as pernas até achar um plano que funcionasse. Hoje, a moeda nacional é parte de cada um de nós.
O padrão monetário deve existir para sempre. É uma escolha fundadora, feita quando a nação se constitui. Nossa moeda tem uma história tortuosa, mas, ainda assim, é a moeda do Brasil. O Real é só cinco anos mais novo que a nossa constituição.
Essa mesma constituição, ainda jovem, já lidou com cinco planos diferentes: Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro, Collor e Real. Chegamos ao extremo de emitir cédula de um milhão, de tão alta que era a inflação. Em fevereiro de 1994, a antiga URV se tornaria o Real e, finalmente, consertaríamos a nossa bagunça.
Entre 1920 e 1980, presenciamos uma trajetória de alto desenvolvimento. Parecíamos destinados à riqueza. No entanto, a crise da hiperinflação criou um problema urgente, estancado com o Plano Real, em 1994. Vencemos a alta inflação e as crises de balanço de pagamentos.
Ainda assim, apesar dos curtos espasmos do ciclo de commodities, crescemos a taxas muito baixas. É a “armadilha da renda média”. Uma coisa é sair da renda baixa para a média, outra é sair da média e alcançar a renda dos países ricos. A pista para sair dessa armadilha é a democracia, o grande triunfo brasileiro. O sucesso do Plano Real mostrou isso.
Foi o maior exemplo de união de técnica com política de verdade. O desafio contemporâneo é usar a força da democracia para construir um país sustentável, rico e justo. Diante dos equívocos do Lula, dos desatinos do Bolsonaro e do apetite do Centrão, faz sentido ter dúvidas se conseguiremos ou não. No entanto, a busca por um país real continua.
30 anos do Real mostra os desafios que a moeda enfrentou nas últimas três décadas para prosperar. Ela se manteve resiliente, mesmo diante das desconfianças e da busca por alternativas a suas bases.
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Pedro Malan é doutor em Economia pela Universidade da Califórnia, professor universitário pela PUC-RJ e um dos formuladores do Plano Real. Foi ministro da Fazenda, presidente do Banc... (Leia mais)
Gustavo H. B. Franco é mestre em Economia pela PUC-RJ, Ph.D. pela Universidade de Harvard, fundador da Rio Bravo Investimentos, professor universitário na PUC e um dos formuladores do Plano... (Leia mais)
Edmar Bacha é bacharel em economia pela UFMG, doutor pela Universidade de Yale, fundador do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Gra... (Leia mais)
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